
A Proclamação da República: O Golpe Maçônico-Liberal que Derrubou a Monarquia e Explorou a Corrupção Moral de Dom Pedro I e Dom Pedro II
Feito por Lucas de Oliveira Campos – Rádio Santa Filomena
Com base em Gustavo Barroso e autores católicos contrarrevolucionários:
A narrativa oficial ensinada nas escolas brasileiras é um produto do próprio regime republicano — um sistema nascido de um golpe militar, desenhado dentro de lojas maçônicas e sustentado por ideologias anticristãs que, há mais de cem anos, minam a identidade espiritual do Brasil.
Autores como Gustavo Barroso, Pe. Júlio Maria, Dom Vital e Dom Antônio de Macedo Costa, todos profundamente contrários ao liberalismo e ao anticatolicismo, denunciaram esse processo. Para eles, a Proclamação da República não foi um avanço democrático, mas a etapa final de um projeto de destruição do trono, da fé e da ordem natural.
Porém, a verdade exige reconhecer também a outra metade da história:
a própria Monarquia abriu brechas gravíssimas quando seus imperadores se afundaram em escândalos, adultérios e omissões.
A República simplesmente se aproveitou de uma Monarquia já ferida por dentro.

1. A denúncia tradicionalista: O projeto anticristão contra o Brasil:
Gustavo Barroso, em obras como
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“História Secreta do Brasil”,
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“Brasil: Colônia de Banqueiros”,
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“O que os Judeus Fizeram ao Mundo”
mostra com registros históricos que o republicanismo brasileiro foi arquitetado dentro de lojas maçônicas, influenciado por correntes anticatólicas vindas da Europa e associado a interesses financeiros estrangeiros.
Para Barroso, o objetivo dessas elites era:
destruir o caráter católico do Estado brasileiro; romper o laço espiritual com Portugal; derrubar a autoridade moral do trono; substituir o cristianismo pelo positivismo; transformar o povo em massa manipulável, sem tradição e sem memória.
Esse processo seguia o mesmo padrão que já havia derrubado reis católicos na Europa, como Luís XVI, Carlos X e Dom Miguel de Portugal.
2. A decadência interna da
Monarquia: os escândalos de Dom Pedro I e Dom Pedro II:
A República não triunfou apenas pela força dos seus conspiradores.
Ela triunfou porque encontrou a Monarquia moralmente enfraquecida por seus próprios governantes.
Dom Pedro I — Adultérios públicos, vícios e instabilidade
Dom Pedro I, embora importante politicamente, foi moralmente desastroso.
Os fatos são conhecidos:
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manteve adultérios públicos, inclusive exibidos em periódicos da época;
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envolveu-se em relações turbulentas que se tornaram crise de Estado;
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deixava que paixões pessoais se misturassem com decisões políticas;
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tinha temperamento impulsivo, gerando conflitos constantes;
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permitiu infiltração de liberais e maçons na corte.
Pe. Júlio Maria escreve que um governante que não domina a si mesmo “não pode ser exemplo para o povo”.
Os inimigos da Monarquia usavam esses escândalos como munição.
Dom Pedro II — Omissão, liberalismo e fraqueza moral silenciosa
Dom Pedro II, embora culto, repetiu os erros do pai:
teve relacionamentos extraconjugais que traíam a imperatriz Teresa Cristina;
tolerou e até dialogou com ideologias liberais e anticristãs;
permitiu que escolas militares fossem dominadas pelo positivismo ateu;
assumiu postura de “neutralidade religiosa”, enfraquecendo a proteção à Igreja;
não combateu com firmeza os conspiradores.
Gustavo Barroso escreve que Dom Pedro II foi “um sábio, mas não um rei”, porque faltava nele a energia moral e política necessária.
A Monarquia caiu não só porque conspiraram contra ela, mas porque seus próprios imperadores deram péssimo exemplo moral, político e espiritual.
3. O contraste com Portugal: governantes verdadeiramente católicos:
Enquanto o Brasil era entregue ao liberalismo, Portugal havia tido, pouco antes, governantes que representavam o modelo oposto: firmeza moral, tradição e defesa da fé.
Dona Maria I
Retratada injustamente como “louca” por historiadores liberais, foi uma rainha piedosa, justa e profundamente católica.
Dom João VI
Chamado por Barroso de “o maior estadista que o Brasil conheceu”, estruturou o Estado, protegeu a Igreja e organizou a nação.
Dom Miguel
Demonizado por autores liberais, foi o último grande rei católico que enfrentou frontalmente os revolucionários e as sociedades secretas.
Derrubado pelo mesmo tipo de aliança internacional que mais tarde destruiria o Império brasileiro.
Esses monarcas representam o que a Monarquia deveria ter sido — e o que o Brasil perdeu.
4. A República: filha da maçonaria, madrasta da verdade:

A República nasceu de um golpe militar sem apoio popular. E, logo após sua instauração, iniciou a maior campanha de manipulação histórica de nossa história:
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reescreveu livros didáticos;
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tratou conspiradores como heróis;
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transformou o Império em “atraso”;
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apagou a influência das lojas maçônicas;
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removeu a Igreja do centro da identidade nacional;
destruiu a memória portuguesa e católica do Brasil.
Gustavo Barroso sintetiza:
“A República não libertou o Brasil.
Apenas tirou o povo das mãos do Imperador para colocá-lo nas mãos da maçonaria.”
As infiltrações estrangeiras: Holanda, Inglaterra e os interesses comerciais
Desde o século XVII, o Brasil foi alvo de incursões que tinham finalidade clara: explorar riquezas e redesenhar o poder local.
A invasão holandesa:
A presença holandesa no Nordeste não foi apenas militar; ela visava controlar o comércio do açúcar, redesenhar o sistema religioso e substituir a influência portuguesa e católica por um modelo comercial protestante e internacionalista.
A pressão britânica no século XIX:
A Inglaterra, potência dominante da época, atuou com força:
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apoiou movimentos liberais
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pressionou pela abertura dos portos
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estimulou a separação entre Estado e religião
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incentivou a substituição da monarquia católica por um regime mais alinhado a seus interesses financeiros

Esses movimentos criaram, como afirmam autores tradicionalistas, o terreno ideal para que grupos internos — especialmente segmentos militares e políticos ligados à maçonaria — se fortalecessem.
A maçonaria e o projeto de ruptura:
Diversos documentos e relatos históricos mostram que os principais articuladores da Independência e, posteriormente, da Proclamação da República pertenciam a lojas maçônicas que defendiam:
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o rompimento com o modelo católico de Estado
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a importação de constituições liberais europeias
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a implantação de uma ordem política laica e centralizadora
Assim, o 7 de Setembro funcionou como primeiro passo de uma transição planejada, não apenas uma declaração emocional às margens do Ipiranga.
Autores monarquistas afirmam que o processo foi progressivo:
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Independência: rompeu o vínculo com Portugal e iniciou o desgaste das bases tradicionais.
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Império liberalizado: permitiu infiltração de ideias contrárias ao próprio trono.
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República: consumou, por golpe, o projeto planejado nas lojas e quartéis.
Segundo Gustavo Barroso, a República não nasceu do povo, mas de grupos ideológicos muito bem organizados.
O saque sistemático: o interesse estrangeiro pela fraqueza do Império:
Quando olhamos para a movimentação de potências estrangeiras — holandeses antes, ingleses depois — fica evidente que havia interesse direto em:
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enfraquecer a monarquia luso-católica
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instalar um sistema mais vulnerável a pressões externas
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dominar o comércio brasileiro
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abrir o país às influências filosóficas e políticas liberais
A maçonaria brasileira, segundo muitos autores tradicionalistas, serviu como mediadora interna dessas pressões internacionais, atuando para remodelar o Estado à imagem do liberalismo anticatólico europeu.
A CRISE DO IMPÉRIO E O PROJETO REPUBLICANO:
Uma Leitura Tradicionalista sobre o 7 de Setembro, as Infiltrações Liberais e a Ruptura Maçônica**
A proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, é frequentemente apresentada nos livros escolares como “o início da modernidade política brasileira”. Mas diversos autores tradicionais — entre eles Gustavo Barroso, Oliveira Vianna, Afonso Celso, além de estudiosos católicos do período imperial — sustentam visão completamente diferente. Para eles, a queda da monarquia não foi um processo natural, mas um projeto cuidadosamente articulado por grupos políticos, econômicos e ideológicos, muitos deles ligados ao liberalismo europeu e às lojas maçônicas no Brasil.
Não se trata apenas de discutir 1889, mas de observar os movimentos que começaram muito antes — incluindo a interpretação de que o 7 de Setembro já fora utilizado como ponto estratégico para abrir a porta à “revolução permanente” no país, pavimentando o caminho para a futura República oligárquica.
O 7 de Setembro como etapa estratégica para romper o laço com o modelo católico e monárquico:
A narrativa oficial da República, construída nas escolas, nos livros e nos discursos políticos, tentou apagar a herança católica, lusitana e monárquica do Brasil; porém, o estudo sério, especialmente sob a ótica dos autores tradicionalistas, revela que o 7 de Setembro foi parte de um projeto mais amplo, utilizado por grupos liberais e maçônicos para enfraquecer a monarquia; a República não foi fruto da vontade popular, mas da articulação de minorias; a monarquia foi sabotada por influências internas e externas, muitas vezes alinhadas a interesses de potências estrangeiras; e os melhores exemplos de governo do Brasil pertencem justamente aos monarcas fiéis à fé e à tradição, como Dona Maria I, Dom João VI e Dom Miguel.
A história verdadeira não teme ser revisitada; é tarefa do jornalismo comprometido com a fé e com a tradição resgatar aquilo que foi escondido e devolver ao povo brasileiro a visão completa do seu passado.
Quando examinamos os fatos à luz dos autores tradicionalistas e monarquistas, percebemos com clareza a linha que percorre todo o século XIX: o 7 de Setembro foi utilizado como ponto de inflexão para deslocar o Brasil do eixo católico e monárquico; a infiltração liberal e maçônica dentro do Exército, dos círculos políticos e da imprensa preparou o ambiente para o golpe de 1889; a monarquia foi lentamente enfraquecida por influências internas que se afastaram dos valores dos grandes soberanos do passado; e a República nasceu não de um clamor popular, mas de um pequeno grupo articulado que impôs ao país uma nova forma de governo sem consulta pública.
Ao passo que a propaganda republicana exagerou ou distorceu falhas pessoais de Dom Pedro I e Dom Pedro II, ela ocultou episódios decisivos do zelo religioso de Dona Maria I, da prudência de Dom João VI e da fidelidade católica de Dom Miguel. Esse desequilíbrio não foi acidental. Ele serviu para legitimar um projeto de poder que desejava um Brasil laico, fragmentado e dependente de interesses estrangeiros, precisamente o contrário da ordem orgânica que guiara a formação nacional.
Recuperar a verdade histórica não é um exercício de nostalgia; é um ato de justiça. É compreender que a identidade brasileira, fundada na fé e na tradição, foi ferida por um processo político conduzido sem participação do povo e orientado por minorias que buscavam transformar o país segundo modelos importados e experimentos ideológicos fracassados. É dever do jornalismo honesto e comprometido com a verdade devolver ao povo brasileiro o conhecimento integral do seu passado, para que compreenda o presente e possa construir um futuro em consonância com a sua própria história, não com projetos artificiais.
A restauração da memória é um passo decisivo para a restauração moral da nação. É preciso romper com o silêncio imposto pela República e reabrir os arquivos da verdade, permitindo que a luz da história revele o que foi deliberadamente obscurecido. Somente assim o Brasil poderá reencontrar sua identidade mais profunda e recuperar a continuidade da tradição que o formou.
O Tráfico de Escravos no Brasil: Poder, Economia e a Verdade Histórica Esquecida:
O tráfico de escravos para o Brasil foi um dos maiores empreendimentos econômicos da era moderna. Durante mais de três séculos, milhões de africanos foram capturados, transportados e explorados em um sistema brutal que envolveu monarquias europeias, companhias comerciais privadas, elites coloniais e redes internacionais de negociantes.
A participação não se restringiu a um único povo, grupo étnico ou religião; tratou-se de um sistema transnacional, movido por interesses econômicos gigantescos e rivalidades imperiais. A escravidão foi, sobretudo, um negócio lucrativo para quem detinha poder político e financeiro.
Redes internacionais do tráfico:
O tráfico atlântico envolvia:
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Autoridades portuguesas e espanholas;
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Companhias mercantis holandesas e inglesas;
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Capitães particulares autorizados por cartas régias;
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Intermediários africanos que forneciam cativos capturados em guerras tribais;
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Comerciantes privados de diversas origens, atuando em portos da Costa da Guiné, Congo e Angola.
A atuação holandesa no Nordeste brasileiro, entre 1630 e 1654, ampliou o tráfico negreiro porque a Companhia das Índias Ocidentais precisava maximizar lucros para financiar suas guerras na Europa. Nesse período, entram também comerciantes de diferentes nacionalidades e confissões religiosas, aproveitando a abertura econômica proporcionada pelo domínio holandês.
Gustavo Barroso e a crítica ao sistema comercial da época:
Gustavo Barroso, em suas obras sobre história econômica e crítica do liberalismo, descreve como o capital internacional, especialmente ligado a grandes companhias privadas, controlava os circuitos mercantis do tráfico. Para Barroso, a escravidão tornou-se uma engrenagem da economia global nascente, regida por elites mercantis que buscavam lucro acima de qualquer valor moral.
Ao citar Barroso, é essencial compreender que ele critica estruturas econômicas e redes de poder, e não povos inteiros. Seu foco é denunciar os agentes financeiros que comandavam o comércio, não transformar religiões ou etnias em culpadas coletivas.
A lógica do “comércio de carne humana”
O tráfico de escravos funcionava como uma empresa com etapas bem definidas:
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Captura na África:
Realizada por chefes locais aliados a traficantes europeus; guerras tribais eram incentivadas para alimentar o mercado. -
Transporte marítimo:
Navios construídos especificamente para carregar o maior número de pessoas possível; as condições geravam morte em massa. -
Mercados brasileiros:
Portos como Salvador, Recife e Rio de Janeiro recebiam navios semanalmente; os escravos eram vendidos em praças públicas como mercadoria comum. -
Integração no sistema econômico:
Açúcar, tabaco, algodão e mineração dependiam do trabalho cativo; sem escravos, a economia colonial não funcionava.
Esse ciclo movimentou fortunas incalculáveis e sustentou impérios.
O Tráfico de Escravos, a Invasão Holandesa e o Aviso Profético de Padre Antônio Vieira:
A Verdadeira História do Brasil: A Cruz Contra o Ouro
Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, não vieram apenas em busca de riquezas, mas — acima de tudo — movidos pelo ideal cristão de levar a fé católica aos povos que ainda não conheciam Nosso Senhor Jesus Cristo.
Essa missão estava no coração da monarquia lusitana. Portugal, fiel à Igreja, trazia consigo o estandarte da Cruz, o Evangelho, e o espírito dos missionários, jesuítas, franciscanos e beneditinos, que evangelizaram as terras do Brasil com amor e sacrifício. O objetivo principal não era conquistar, mas converter; não era explorar, mas batizar.
Essa missão estava no coração da monarquia lusitana. Portugal, fiel à Igreja, trazia consigo o estandarte da Cruz, o Evangelho, e o espírito dos missionários, jesuítas, franciscanos e beneditinos, que evangelizaram as terras do Brasil com amor e sacrifício. O objetivo principal não era conquistar, mas converter; não era explorar, mas batizar.
Como escreveu Gustavo Barroso, grande historiador e defensor da tradição católica, "a colonização portuguesa foi uma obra de fé, não de pilhagem; o português fundava igrejas, o estrangeiro levantava fortalezas".
Mas, quando os holandeses tentaram invadir o Brasil — especialmente em Pernambuco, no século XVII —, vieram com outro espírito: o espírito mercantil e protestante, típico das potências do norte da Europa após a Reforma.
Eles não vinham para converter, mas para lucrar. Onde o português via um campo de almas a salvar, o holandês via um campo de açúcar a explorar.
Sob o domínio da Companhia das Índias Ocidentais, os invasores calvinistas perseguiram o clero, profanaram igrejas, prenderam padres e quiseram impor sua falsa religião, inimiga de Roma e da Tradição.
O povo nordestino, porém, defendeu a fé católica com o sangue, dando origem às gloriosas Batalhas dos Guararapes, berço do verdadeiro Exército Brasileiro — um exército nascido sob o sinal da cruz.
Gustavo Barroso, em suas obras nacionalistas e católicas, recorda que a luta do Brasil contra o invasor holandês foi também uma cruzada espiritual:
“Não era apenas a terra que se defendia, era a fé, era a alma portuguesa e católica que os estrangeiros tentavam apagar.”
Assim se formou o Brasil: sob o manto da Virgem, guiado pela cruz, defendendo-se da heresia protestante e da cobiça estrangeira.
A história verdadeira mostra que a alma do Brasil é católica desde o berço — e que sua fundação não foi obra de aventureiros, mas de missionários.
Durante o século XVII, o Brasil viveu um dos períodos mais turbulentos de sua história: a invasão holandesa no Nordeste. Paralelamente, o tráfico de escravos se consolidava como o maior empreendimento econômico da época, sustentado por potências europeias, companhias comerciais e elites coloniais.
Nesse contexto, surge a voz poderosa do maior orador sacro da língua portuguesa: Padre Antônio Vieira, que, ao pregar o célebre Sermão de Santo Antônio aos Peixes (1654), denunciou abertamente a ganância, o saque e a exploração praticados pelos invasores holandeses. Suas palavras continuam sendo um testemunho histórico sobre as forças estrangeiras que vinham ao Brasil “não por amor da fé, mas por amor do ouro”.
Os holandeses no Brasil: saque, lucro e comércio sem alma:
Vieira afirmou claramente que, quando os holandeses ocuparam Pernambuco, “vieram para se enriquecer, não para nos ensinar”.
No sermão, ao comparar os invasores ao peixe “roncador”, ele diz:
“Fazem muito estrondo e muito ruído, e no fim é vento.”
(Vieira, Sermão de Santo Antônio aos Peixes)
Era a crítica direta ao modo como os holandeses ostentavam moralidade e eficiência administrativa, mas escondiam o verdadeiro objetivo: explorar ao máximo as riquezas coloniais, inclusive o comércio de escravos, que naquele momento crescia sob o domínio da Companhia das Índias Ocidentais.
Vieira continua, referindo-se ao apetite dos holandeses por lucro:
“O que buscam é o ganho, e por ele se movem, como quem navega pelo cheiro.”
(Vieira, Sermão de Santo Antônio aos Peixes)
Segundo o pregador, os interesses econômicos da Holanda nada tinham de evangelização, civilização ou benevolência; eram, simplesmente, interesses de mercado.
O Brasil precisa redescobrir a própria história.
Padre Antônio Vieira não teve medo de denunciar a exploração holandesa e o comércio desumano de escravos; Gustavo Barroso não teve medo de investigar as estruturas econômicas que sustentaram esse sistema; cabe agora aos estudiosos católicos e tradicionalistas recuperar esses fatos e apresentá-los sem medo, com rigor, coragem e fidelidade à verdade.
Somente conhecendo essas raízes — invasões, interesses estrangeiros, tráfico, manipulação econômica — o Brasil pode compreender como foi moldado e por que tantas páginas de sua história foram suavizadas ou apagadas pelo discurso oficial.
A Derrota dos Holandeses, o Tráfico e o Aviso de Padre Antônio Vieira: Uma Verdade que o Brasil Precisa Redescobrir

A expulsão dos holandeses do Brasil não foi apenas uma vitória militar; foi, como dizia Padre Antônio Vieira, uma lição moral e espiritual para todo o Reino. Em seu Sermão da Derrota dos Holandeses (1640), pregado em Lisboa, Vieira deixou claro que os invasores vieram movidos pela cobiça, pelo comércio e pelo desejo de dominar o Brasil, e foram derrotados porque “Deus não dá a vitória a quem vem só pelo interesse”.
No sermão, Vieira adverte que os holandeses chegaram ao Brasil com uma única intenção: “não buscaram o Evangelho, mas o lucro”. Ele diz que as armas flamengas não eram guiadas por justiça, mas pelo apetite das riquezas brasileiras, especialmente o açúcar e o comércio que sustentava os engenhos.
“Vieram tomar o que não era seu; e Deus, que é justo, lho tirou.”
Padre Antônio Vieira, Sermão da Derrota dos Holandeses
Essa frase se tornou um símbolo da resistência católica contra a ocupação estrangeira.
Holandeses, Companhia das Índias e o comércio de escravos:
No período da invasão (1630–1654), a Companhia das Índias Ocidentais transformou Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte em centros de lucro. Vieira denuncia que a guerra holandesa não era movida por defesa de pátria ou de fé, mas por negócio.
A captura de portos brasileiros servia ao objetivo de:
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monopolizar o açúcar;
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controlar as rotas marítimas;
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dominar o lucrativo tráfico de escravos da África.
Por isso Vieira afirma no sermão:
“As suas vitórias foram de ouro, não de honra.”
Ou seja, não lutavam por princípios, mas por dinheiro.
Mais tarde, porém, vieram os holandeses — e com eles, o espírito contrário.
Vieram não com a cruz, mas com o ouro e o lucro no coração.
Vieram em nome da Companhia das Índias Ocidentais, movidos pela heresia protestante e pela ambição do comércio.
Como escreveu Gustavo Barroso, grande defensor da tradição católica e autor de História Secreta do Brasil,
“Enquanto o português erguia igrejas, o estrangeiro erguia fortalezas; enquanto um catequizava, o outro explorava.”
Os holandeses perseguiram os padres, profanaram os altares, e tentaram impor o erro protestante em nossas terras católicas.
Mas o povo do Nordeste se levantou.
E nas Batalhas dos Guararapes, os brasileiros defenderam não só o solo, mas a fé católica e a alma da pátria.
Dali nasceu o verdadeiro Exército Brasileiro — nascido sob o sinal da Cruz.
Sim, meus irmãos, a alma do Brasil é católica desde o berço.
E toda vez que estrangeiros tentaram arrancar a cruz desta terra, o povo respondeu com fé, coragem e sangue.
Por isso dizemos com orgulho:
O Brasil nasceu do altar, cresceu à sombra da cruz, e só permanecerá livre enquanto for fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, não foram os portugueses que roubaram o Brasil — foram os hereges holandeses que tentaram roubá-lo!
E se hoje o Brasil é uma nação católica, é porque o povo resistiu, expulsou o invasor e manteve a cruz no alto de nossas terras.
As escolas públicas, dominadas por ideologias estrangeiras, escondem isso.
Trocam os heróis católicos por revolucionários, e zombam da fé que nos fundou.
Mas nós, católicos fiéis à Tradição, lembramos e proclamamos:
O Brasil nasceu do altar, não do saque.
Foi Portugal quem nos deu a alma; os holandeses quiseram roubá-la.
O comércio de escravos e a engrenagem internacional:
Durante o domínio holandês, o tráfico de escravos multiplicou-se. O açúcar dependia de mão de obra intensiva, e os holandeses estimularam o comércio negreiro para abastecer os engenhos e financiar suas guerras na Europa.
A escravidão, nesse contexto, era um sistema global, sustentado por:
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potências europeias,
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companhias mercantis privadas,
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elites coloniais,
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redes de comerciantes internacionais.
Essa estrutura transnacional é analisada profundamente por Gustavo Barroso, que expõe como o Brasil se tornou peça de um tabuleiro econômico movido por interesses externos. Barroso não responsabiliza povos inteiros; ele denuncia as elites financeiras e comerciais que lucravam com o tráfico.
Vieira e Barroso: duas vozes separadas por séculos, denunciando o mesmo mecanismo:
Padre Antônio Vieira, no século XVII, e Gustavo Barroso, no século XX, concordam em um ponto essencial: o Brasil foi explorado economicamente por grupos estrangeiros que buscavam riqueza rápida, e quase sempre isso ocorreu às custas:
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da fé católica,
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da população local,
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do patrimônio nacional,
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e da verdade histórica.
Vieira pregava:
“Deus peleja por quem peleja pela justiça.”
Por isso, para ele, a derrota dos holandeses foi mais que militar; foi moral.
Barroso, analisando o mesmo período, mostra que após a invasão restou ao Brasil um rastro de exploração econômica e deformação histórica.
Por que essa história foi distorcida:
O Brasil republicano — e seus manuais escolares — muitas vezes simplificou os fatos, omitindo:
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O papel das grandes potências europeias;
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As redes privadas de comerciantes;
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A dimensão global do tráfico;
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A participação de elites coloniais brasileiras;
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Os interesses econômicos transnacionais que sustentavam o sistema.
Ao esconder os verdadeiros mecanismos de poder, criou-se uma narrativa superficial, que impede o brasileiro de compreender como seu país foi moldado.
O discurso republicano posterior — segundo Barroso e outros autores católicos tradicionalistas — suavizou a gravidade da ocupação holandesa e do sistema escravista que se intensificou nesse período. A substituição da monarquia católica por um regime republicano influenciado por ideologias liberais e sociedades discretas serviu para:
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romper com o passado lusitano e católico,
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remodelar a narrativa histórica,
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minimizar a presença de potências estrangeiras em nossa exploração,
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e transportar para o povo versões simplificadas dos fatos.
Vieira dizia que os holandeses vinham “por interesse do ouro”; Barroso afirma que as elites econômicas posteriores continuaram sendo guiadas pelo mesmo princípio.
Recuperar o significado do Sermão da Derrota dos Holandeses é recuperar uma parte essencial da identidade brasileira. Vieira mostrou que o Brasil resistiu porque não se rendeu à cobiça estrangeira. Barroso mostrou que, séculos depois, ainda era preciso denunciar os poderes econômicos que traçaram a história à sombra dos interesses internacionais.
A verdade histórica não pode ser filtrada, suavizada ou mutilada.
O Brasil só entenderá a si mesmo quando olhar sem medo para:
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a invasão holandesa,
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o tráfico de escravos como sistema global,
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os interesses externos que moldaram nossa economia,
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e a manipulação posterior da narrativa nacional.
Assim como Vieira pregou, a vitória pertence à justiça — e a justiça nasce sempre da verdade.

Conclusão: Do Saque Holandês à República Brasileira
A história do Brasil mostra um padrão contínuo de ameaças externas e internas à fé, à moral e à soberania do país. Padre Antônio Vieira denunciou, no século XVII, a cobiça dos holandeses, que vieram não para civilizar, mas para saquear, impondo um sistema de exploração econômica brutal e fortalecendo o tráfico de escravos.
Séculos depois, a Proclamação da República seguiu um caminho semelhante, embora por meios políticos e ideológicos: infiltrações liberais, influência da maçonaria e interesses externos enfraqueceram a monarquia católica e remodelaram a história brasileira, apagando exemplos de soberanos que protegeram a fé e a tradição.
Do saque holandês à República, percebe-se uma constante: a tentativa de transformar o Brasil em território sujeito a interesses que ignoram a moral, a religião e a justiça histórica. Entender essa conexão é essencial para valorizar a resistência da fé católica, reconhecer os erros e acertos da monarquia e compreender como a verdade histórica foi manipulada para favorecer ideologias externas e internas.
Por Lucas de Oliveira Campos – Rádio Santa Filomena 14/11/2025