JORNAL RÁDIO SANTA FILOMENA
Ribeirão Preto – SP | 03 de novembro
A DOUTRINA DO PURGATÓRIO — A VERDADE CATÓLICA ESQUECIDA PELOS MODERNOS
Há verdades eternas que o mundo moderno insiste em negar — e uma delas é o Purgatório, essa misericordiosa prova da justiça e do amor de Deus.
Enquanto os protestantes, na sua confusão doutrinária, afirmam que “não existe Purgatório”, a Igreja Católica, desde os tempos apostólicos, sempre ensinou, sempre creu e sempre rezou pelas almas que padecem na purificação.
Antes do Concílio Vaticano II, os catecismos e documentos da Igreja eram claríssimos:
“Há um lugar e estado onde as almas dos justos, que ainda não estão purificadas de toda mancha de pecado, sofrem por certo tempo, para entrar puras na visão de Deus.”
— Catecismo Romano, do Concílio de Trento, Parte I, Art. 10.

FUNDAMENTO BÍBLICO: OS LIVROS DE MACABEUS E AS PALAVRAS DE CRISTO
Os protestantes, ao negarem o Purgatório, também rejeitam a própria Bíblia, pois os livros deuterocanônicos — que eles removeram — contêm o claro testemunho dessa verdade.
Em 2 Macabeus 12, 43-46, lemos na tradução fiel do Padre Matos Soares:
“E fazendo uma coleta, mandou doze mil dracmas de prata a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados dos mortos, pensamento este muito santo e piedoso. Por isso, mandou fazer este sacrifício pelos mortos, para que fossem livres dos seus pecados.”
Aqui está a base claríssima: rezar pelos mortos tem valor, porque eles podem ser purificados.
Se as almas dos mortos estivessem todas no Céu, não precisariam de oração.
Se estivessem no inferno, de nada adiantaria rezar.
Logo, existe um terceiro estado, onde as almas são purificadas antes de verem a Deus — o Purgatório.
O próprio Cristo fala indiretamente dele quando diz:
“Em verdade te digo que não sairás dali até pagares o último centavo.” (Mateus 5, 26)
“Todo pecado e blasfêmia será perdoado aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada, nem neste século nem no futuro.” (Mateus 12, 32)
Essas palavras de Nosso Senhor mostram que há pecados que podem ser perdoados “no século futuro” — ou seja, após a morte.
POR QUE REZAR PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO
A caridade cristã não termina na morte.
Assim como ajudamos os vivos com nossas orações e boas obras, também devemos socorrer as almas que sofrem no Purgatório.
Elas são justas, estão salvas, mas precisam purgar as penas devidas aos pecados que, embora perdoados, deixaram manchas e dívidas diante da justiça divina.

A Santa Igreja, Mãe piedosa, oferece o Santo Sacrifício da Missa, indulgências e orações sufragantes por essas almas.
Os fiéis que rezam por elas praticam uma das mais belas obras de misericórdia: “Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.”
Como ensina São João Crisóstomo:
“Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer por eles nossas orações. Os mortos recebem alívio, e nós, grandes méritos.”
REFUTAÇÃO DOS ERROS PROTESTANTES
Os protestantes erram gravemente ao negar o Purgatório por quatro motivos principais:

Negam os livros inspirados da Bíblia — retiraram os livros deuterocanônicos como Macabeus, onde está a base explícita da oração pelos mortos.
A Igreja, guiada pelo Espírito Santo, sempre os reconheceu como inspirados desde os primeiros séculos.
Ignoram a Tradição Apostólica.
Desde o século II, os cristãos ofereciam Missas e orações pelos defuntos.
Catacumbas e inscrições antigas trazem pedidos de oração pelos mortos.
Negar o Purgatório é negar a prática dos próprios Apóstolos.
Desconhecem a justiça divina.
Afirmar que todos os pecados são instantaneamente apagados sem reparação é blasfemar contra a justiça de Deus.
Deus é misericordioso, mas também justo. O Purgatório é a harmonia perfeita entre a justiça e a misericórdia.
Usam a Bíblia mutilada.
Lutero, em sua arrogância, retirou o que contrariava sua doutrina.
Se ele pôde cortar a Palavra de Deus, como crer que sua “sola Scriptura” seja verdadeira?
A SEITA DE LUTERO E A DESTRUIÇÃO DA UNIDADE DA FÉ
Em 1517, um monge rebelde chamado Martinho Lutero, dominado pela soberba e pelo orgulho intelectual, rompeu com a única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo — a Igreja Católica Apostólica Romana — e criou uma seita humana, baseada em suas próprias opiniões.
Lutero não suportava a autoridade da Igreja, nem aceitava submeter-se à correção dos Santos Padres e do Papa. Assim nasceu a heresia protestante, chamada por São Pedro Canísio de “peste da Alemanha”.
A Santa Igreja, no Concílio de Trento (1545–1563), condenou solenemente todas as heresias luteranas, reafirmando a verdadeira doutrina sobre os sacramentos, o livre-arbítrio, as boas obras, o Purgatório e a autoridade da Igreja.
“Se alguém disser que o homem é justificado pela fé somente, sem as boas obras, seja anátema.”
— Concílio de Trento, Sessão VI, Cânon 9.

LUTERO CONTRA A PALAVRA DE DEUS
Lutero gritava “Sola Scriptura!” (somente a Escritura) — mas retirou sete livros inspirados da própria Bíblia!
Os livros que ele chamou falsamente de “apócrifos” são:
Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, e os dois livros dos Macabeus.
Por que ele os retirou?
Porque nesses livros estão as verdades que condenam seus erros.
Principalmente o livro de 2 Macabeus, que prova a existência do Purgatório e a utilidade das orações pelos mortos — doutrina que Lutero rejeitava.
Na tradução fiel e Católica da Bíblia Sagrada – edição do Padre Matos Soares, lemos em 2 Macabeus 12, 43-46:
“E fazendo uma coleta, mandou doze mil dracmas de prata a Jerusalém, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados dos mortos, pensamento este muito santo e piedoso; por isso, mandou fazer este sacrifício pelos mortos, para que fossem livres dos seus pecados.”
Essa passagem refuta diretamente o erro de Lutero, pois se a oração pelos mortos é santa e útil, é porque há almas que ainda não estão condenadas nem totalmente puras, mas que precisam de purificação — o que a Igreja chama de Purgatório.

Cristo também ensina que há pecados que podem ser perdoados “no século futuro”:
“E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas o que falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século, nem no futuro.”
— Mateus 12, 32
Ora, se há pecados perdoados no futuro, é porque há um estado intermediário após a morte, e não apenas Céu ou Inferno.
O Catecismo do Concílio de Trento, fiel à doutrina dos Apóstolos e Padres da Igreja, ensina claramente:
“Há um Purgatório, e as almas ali detidas são ajudadas pelos sufrágios dos fiéis, mas principalmente pelo santo sacrifício da Missa.”
— Catecismo Romano, Parte I, Art. 10.
E também:
“A Sagrada Escritura não apenas confirma, mas recomenda a oração pelos mortos, como se lê em Macabeus.”
Lutero, negando essa doutrina, negou também a autoridade da Igreja e da Tradição, tornando-se o pai de uma multidão de seitas divididas e contraditórias entre si.

OS PRINCIPAIS ERROS LUTERANOS REFUTADOS
1. “Sola Scriptura” — Somente a Bíblia.
Falso, pois a própria Bíblia manda ouvir a Tradição:
“Irmãos, estai firmes e conservai as tradições que aprendestes, seja por palavra, seja por carta nossa.”
— 2 Tessalonicenses 2, 14 (Bíblia Padre Matos Soares)
A Palavra de Deus não está só escrita, mas também transmitida oralmente pelos Apóstolos e pela Igreja.
2 .“Sola Fide” — Somente a fé salva.
Falso. São Tiago ensina:
“Vês que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.”
— Tiago 2, 24
Lutero chamou esta epístola de “epístola de palha”, porque contradizia seu erro.
3. “O homem não tem livre-arbítrio.”
Falso. A Escritura afirma:
“Deus te pôs diante do fogo e da água; estende a tua mão ao que quiseres.”
— Eclesiástico 15, 17
Lutero negava o livre-arbítrio, fazendo de Deus o autor do pecado — blasfêmia contra a justiça divina!
4. “Não há Purgatório.”
Falso, como vimos em 2 Macabeus 12, 46 e Mateus 12, 32.
A Tradição inteira da Igreja reza pelos mortos desde os tempos apostólicos.

A CONDENAÇÃO DE LUTERO PELA IGREJA
O Papa Leão X, na bula Exsurge Domine (1520), condenou 41 proposições heréticas de Martinho Lutero, declarando-as “contrárias à fé e aos bons costumes”.
Quando Lutero queimou publicamente essa bula, rompeu com a Igreja e perdeu a comunhão com Cristo.
Desde então, surgiram milhares de seitas, cada uma interpretando a Bíblia à sua maneira.
É o fruto amargo do orgulho: onde não há Papa, há confusão.
CONCLUSÃO: FIDELIDADE À IGREJA DE CRISTO
O católico fiel deve guardar com amor as verdades ensinadas pela Santa Igreja, sem se deixar enganar pelas seitas modernas.
A Igreja de Cristo é una, santa, católica e apostólica, e jamais pode errar na fé.
Negar o Purgatório, a Tradição e a autoridade da Igreja é negar a própria Palavra de Deus, pois foi a Igreja quem, inspirada pelo Espírito Santo, formou o cânon da Sagrada Escritura.
“Fora da Igreja não há salvação.” — Santo Cipriano de Cartago

RÁDIO SANTA FILOMENA
“Defendendo a Fé Católica, combatendo os erros das seitas e preservando a Tradição.”
Ribeirão Preto – SP | 03 de novembro
Por: Lucas de Oliveira Campos