️ RÁDIO SANTA FILOMENA — JORNAL DA FÉ E DA TRADIÇÃO
Tema: A Modificação do Pai-Nosso e a Fidelidade à Doutrina Católica
Por: Lucas de Oliveira Campos
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Hoje, o Jornal da Rádio Santa Filomena vai tratar de um assunto grave e necessário: as alterações modernistas na oração do Pai-Nosso, especialmente a troca da palavra “dívidas” por “ofensas”.
Veremos à luz do Catecismo de São Pio X, dos Concílios anteriores ao Vaticano II, e da Tradição constante da Igreja, por que não podemos aceitar tais mudanças.
️ 1️⃣ O PAI-NOSSO É UMA ORAÇÃO DIVINAMENTE REVELADA
Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou o Pai-Nosso com suas próprias palavras (Mt 6, 9-13).
Por isso, nenhuma autoridade humana tem poder de alterar o seu conteúdo.
Como ensina o Concílio de Trento, Sessão 22, sobre a Missa:
“Na Igreja, nada deve ser mudado sem necessidade e sem o consenso unânime da Tradição apostólica.”
Assim, qualquer alteração na fórmula do Pai-Nosso, sem fundamento teológico sólido e sem continuidade com o que os santos e doutores sempre ensinaram, é uma afronta à Tradição da Igreja.
“Pai Nosso”: O erro da tradução e a aprovação pelo Vaticano II
A oração do “Pai Nosso” é central na vida cristã, mas mesmo em missais antigos e modernos encontramos erros de tradução que distorcem seu sentido original.
1. O texto original em latim:
O latim tradicional, usado pela Igreja há séculos, diz:
“Dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris”
(Perdoai-nos nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores)
O termo “debita” significa dívidas ou obrigações espirituais diante de Deus, e não meras ofensas.
2. Traduções para o português antes do Vaticano II:
No início do século XX, algumas traduções populares começaram a usar “perdoai as nossas ofensas”, numa tentativa de tornar o texto mais acessível.
Embora bem-intencionadas, essas alterações não eram fiéis ao latim nem ao sentido original da oração.
3. A aprovação pelo Falso Concílio Vaticano II:
Quando o falso Concílio autorizou a liturgia em língua vernácula (1962–1965), as traduções modernas já existentes, incluindo “perdoai as nossas ofensas”, foram oficialmente aprovadas para uso litúrgico moderno, mesmo que não refletissem o texto original.
Ou seja: o Vaticano II , permitiu que traduções populares fossem usadas na moderna liturgia, para estar em comunhão com as falsas religiões.
4. Por que isso é um problema:
A palavra “ofensas” não corresponde ao sentido de “dívidas espirituais” e pode levar os fiéis a uma compreensão limitada do perdão que Deus nos concede.
A tradução fiel à Tradição é:
“Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”
Essa forma mantém a integridade teológica e litúrgica da oração, preservando o ensinamento de Cristo sobre arrependimento e perdão.
O erro de tradução existe desde antes do Vaticano II, mas foi oficialmente aceito pelo falso Concílio.
Para manter a fidelidade à Tradição e ao latim, a Igreja recomenda sempre rezar o Pai Nosso com o texto correto: “dívidas” e não “ofensas”.
A aprovação pelo Vaticano II:
Quando o Concílio autorizou a moderna liturgia em língua vernácula (1962–1965), ele aceitou oficialmente a tradução que dizia “ofensas”, mesmo que estivesse em desacordo com o texto original.
Essa decisão foi uma concessão perigosa, pois aproximou a liturgia católica de formas de expressão usadas em religiões falsas e movimentos modernos, diluindo a clareza da doutrina tradicional.
Essa decisão abriu brechas para aproximação com falsas religiões e ideologias externas, pois a mudança aproximou a liturgia católica de interpretações protestantes e de práticas modernas, sem fidelidade ao texto original.

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2️⃣ O TESTEMUNHO DA TRADIÇÃO
Durante séculos, a Igreja rezou o Pai-Nosso na forma:
“Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
Essa expressão é confirmada:
Pelo Concílio de Florença (1439), que reafirmou a unidade da fé e dos sacramentos com as palavras transmitidas pela Tradição;
Pelo Concílio de Trento (1545–1563), que condenou a ideia de adaptar textos sagrados a interpretações pessoais; E pelos Papados pré-conciliares, que sempre guardaram fielmente a língua da oração tradicional, tanto no latim como nas traduções fiéis.
No texto latino tradicional, reza-se:
“Et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris.”
Traduzindo:
“E perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
A palavra usada é “debita”, que significa dívidas, não ofensas.
E essa tradução nunca foi alterada por nenhum Papa até o século XX.

️ 3️⃣ O ENSINAMENTO DO CATECISMO DE SÃO PIO X
O Catecismo de São Pio X, aprovado em 1905 e fiel ao magistério tradicional, ensina:
“Chamamos dívidas os nossos pecados, porque com eles contraímos uma verdadeira dívida para com Deus, que devemos satisfazer e da qual não podemos nos livrar senão por Sua misericórdia.”
Portanto, a palavra dívida tem um sentido moral e teológico profundo:
Mostra que o pecado é uma falta contra a justiça divina;
Recorda que o homem deve satisfazer essa dívida por meio da penitência e do arrependimento;
Expressa que a salvação exige reparação e misericórdia, não apenas um perdão emocional.
Já o termo “ofensas”, introduzido nas versões modernas, enfraquece o sentido do pecado.
“Ofensa” é algo vago, emocional, como um mal-entendido entre pessoas.
Mas dívida mostra a realidade do pecado como ruptura da ordem divina e dívida de justiça para com Deus.
️ 4️⃣ O ERRO TEOLÓGICO DAS MUDANÇAS MODERNAS
Depois do Concílio Vaticano II, começou uma onda de traduções “pastorais” que alteraram as orações tradicionais.
Os responsáveis diziam querer “aproximar” a linguagem do povo, mas, na prática, diluiram o conteúdo doutrinal.
Essas alterações são contrárias:
Ao Concílio de Trento, que declarou que as orações e os sacramentos devem conservar “as formas aprovadas e veneráveis da Igreja”;
No texto original grego, a expressão usada por Jesus é “ὀφειλήματα” (opheilēmata), que significa “dívidas” — isto é, aquilo que devemos a Deus e não cumprimos.
A tradução fiel, conforme conservaram os Padres da Igreja e o Catecismo de São Pio X, é:
“Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
O termo “dívidas” não é econômico, mas moral e espiritual: representa os pecados como uma dívida de justiça para com Deus.
Cada pecado ofende a Deus e nos torna devedores da Sua graça. Assim ensinaram:
Santo Agostinho, em De Sermone Domini in Monte, explica que “dívida” é tudo o que devemos em virtude da Lei de Deus e não cumprimos.
São Tomás de Aquino, na Suma Teológica (II-II, q.83, a.9), confirma: “Chamam-se dívidas as faltas que cometemos, porque por elas ficamos obrigados à pena, até que a misericórdia divina nos absolva.”
Portanto, “dívidas” é a tradução exata e doutrinariamente correta.
E ao princípio dogmático da Igreja de que a liturgia é expressão da fé (lex orandi, lex credendi).
Quando se muda a forma de rezar, muda-se também a maneira de crer.
Por isso, a troca de palavras no Pai-Nosso não é inocente: é um sintoma do desejo de adaptar a fé ao gosto do mundo moderno.
️ 5️⃣ POR QUE NÃO PODEMOS ACEITAR A PALAVRA “OFENSAS”
A troca de “dívidas” por “ofensas” no Pai-Nosso não é apenas uma questão de tradução, mas de doutrina e de fé.
Veja o porquê:
1️⃣ Porque Nosso Senhor disse “dívidas” e não “ofensas”.
No Evangelho de São Mateus, o texto original em grego usa ὀφειλήματα (opheilēmata), que quer dizer dívidas, aquilo que se deve pagar.
E a Igreja sempre traduziu fielmente: “et dimitte nobis debita nostra” — “perdoai-nos as nossas dívidas”.
Nenhum Concílio anterior ao Vaticano II autorizou outra forma.
2️⃣ Porque a palavra “dívida” tem sentido teológico, não apenas moral.
No Catecismo de São Pio X lemos:
“Chamamos dívidas os nossos pecados, porque com eles contraímos uma verdadeira dívida para com Deus, que devemos satisfazer.”
Ou seja, o pecado é uma falta contra a justiça divina, não uma simples falha humana.
3️⃣ Porque “ofensa” enfraquece o sentido do pecado.
“Ofensa” soa como algo leve, sentimental — como se o pecado fosse apenas magoar alguém.
Mas “dívida” mostra que o pecado traz culpa, castigo e necessidade de reparação.
Não é um mal-entendido; é uma ruptura da ordem moral e sobrenatural.
4️⃣ Porque a mudança confunde a fé e desfigura o ensinamento da Igreja.
Quando se muda a forma de rezar, muda-se também a maneira de crer.
A expressão “ofensas” foi introduzida por teólogos modernos, desejosos de suavizar o sentido da culpa e da penitência.
Mas isso contraria os Concílios de Florença e Trento, que defenderam a precisão da linguagem teológica e a fidelidade à Tradição Apostólica.
5️⃣ Porque rezar “ofensas” é romper com a continuidade da Igreja.
Durante quase dois mil anos, todos os santos, mártires e doutores rezaram “dívidas” — de Santo Agostinho a São Tomás de Aquino, de Santo Afonso a São Pio X.
Trocar essa palavra é romper com a corrente viva da fé e aceitar um erro nascido do espírito modernista.
Por isso, todo católico fiel à Tradição deve permanecer na forma original e verdadeira:
“Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
Assim conservamos intacta a doutrina e a fé que recebemos dos nossos antepassados.
️ 6️⃣ CONCLUSÃO:
Consequências:
-
Distorce o verdadeiro sentido de perdão que Deus exige.
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Facilita a confusão entre católicos e grupos não-cristãos.
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Mostra como certas decisões conciliares buscaram acomodar tendências externas, em vez de preservar a pureza da Tradição.
A oração do Pai-Nosso é o coração da vida cristã.
Por isso, devemos conservá-la como sempre foi ensinada pelos santos, doutores e pela Igreja antes das confusões modernistas.
Rezar “perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” é professar a fé católica inteira — a fé que reconhece o pecado, pede perdão, busca reparação e confia na misericórdia de Deus.
️ ORAÇÃO FINAL:
Pai nosso, que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino;
seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Por: Lucas de Oliveira Campos, para o Jornal da Rádio Santa Filomena.
Permaneçamos firmes na oração verdadeira, guardada pela Tradição e confirmada pelos santos.
Porque quem muda as palavras da oração, cedo ou tarde, muda a fé que ela expressa.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
