️ RÁDIO SANTA FILOMENA – 12 de novembro de 2025
Por Lucas de Oliveira Campos
Matéria do dia: O MATRIMÔNIO – SUA FINALIDADE E OS DEVERES DOS ESPOSOS
Caros ouvintes, paz e bem. Hoje apresentamos uma matéria longa e explicativa sobre o matrimônio segundo a doutrina católica tradicional, com referências clássicas (pré-Vaticano II), passagens bíblicas e argumentos sólidos para refutar as desculpas mais comuns dadas por quem pretende negar à vocação matrimonial o seu fim principal: a geração e a educação dos filhos.
Desde o princípio da criação, Deus abençoou o homem e a mulher e lhes deu uma missão clara:
“Crescei e multiplicai-vos, e enchei a terra.”
O matrimônio, portanto, não é apenas uma convivência, nem um simples contrato humano.
É uma união santa, elevada à dignidade de sacramento, pela qual o homem e a mulher se tornam colaboradores de Deus na geração e na educação dos filhos.
A finalidade do matrimônio:
A Igreja sempre ensinou que o principal fim do matrimônio é a procriação e a educação cristã dos filhos.
A fidelidade, o auxílio mútuo e o amor conjugal são bens maravilhosos, mas vêm em segundo lugar — estão ordenados à missão maior de dar continuidade à vida e formar almas para o Céu.
⚖️ REFUTAÇÃO CATÓLICA AO USO INDEVIDO DO MÉTODO BILLINGS
À luz do Catecismo de São Pio X e do Magistério anterior ao Vaticano II
O chamado “método Billings”, ou método do ritmo natural, é frequentemente apresentado hoje como uma “forma católica de evitar filhos”. Mas, conforme o ensinamento tradicional da Igreja, qualquer prática usada com a intenção de evitar a procriação sem causa grave é moralmente ilícita — ainda que sem recurso a meios artificiais.
A moral católica não se mede pelos métodos usados, mas pela intenção e pelo fim.
Se a intenção é fugir da fecundidade, mesmo com meios “naturais”, o pecado permanece o mesmo, porque a vontade é contrária ao desígnio de Deus para o matrimônio.
️ 1. O ensinamento do Catecismo de São Pio X:
Pergunta 418:
Qual fim principal do matrimônio?
Resposta: “O fim principal do matrimônio é a procriação e educação da prole.”
Pergunta 421:
Pecam os esposos que impedem a geração da prole?
Resposta: “Sim, pecam gravemente, porque se opõem ao fim principal do matrimônio e cometem ação torpe e contra a natureza.”
Ora, se o matrimônio existe antes de tudo para gerar e educar filhos, qualquer tentativa de excluir sistematicamente a vida — seja por meios artificiais ou por métodos naturais — contradiz a própria essência do sacramento.
A diferença entre o método artificial e o método natural não está na moralidade da intenção, mas apenas no meio físico utilizado.
Ambos se tornam pecaminosos quando o fim é o mesmo: evitar filhos por comodidade, egoísmo, medo ou falta de fé.
2. O ensinamento dos Papas:
Pio XI – Casti Connubii (1930)
“Qualquer uso do matrimônio, no qual o ato é destituído da sua força natural de procriar, é contra a lei de Deus e da natureza; e aqueles que o cometem, tornam-se culpados de pecado grave.”
Essa frase condena não apenas os meios artificiais, mas qualquer uso conjugal contrário à fecundidade.
Portanto, se os esposos recorrem aos períodos inférteis com a intenção constante de evitar filhos, transformam o matrimônio em algo contrário à sua finalidade.
Pio XII – Discurso à União Italiana de Obstetrícia (1951)
O Papa Pio XII, ao tratar do uso dos períodos inférteis, fez uma advertência muito clara:
“A abstinência periódica só é moralmente lícita quando há motivos sérios e graves, independentes da vontade dos cônjuges — como perigo de vida, grave enfermidade, ou razões de ordem moral ou social verdadeiramente proporcionadas.”
E acrescentou:
“A simples conveniência, o medo das dificuldades econômicas ou o desejo de manter certo padrão de vida não constituem motivos justos para excluir a prole.”
Portanto, quem usa o método Billings com o objetivo de evitar filhos por conforto, medo ou egoísmo, abusa do matrimônio e peca gravemente.
O uso lícito é excepcional, temporário e motivado por causa verdadeiramente grave.
⚔️ 3. Refutação aos falsos argumentos modernos:
a) “Mas o método Billings é natural!”
Ser natural não significa ser moral. O pecado está na intenção. Se o casal evita a vida deliberadamente, o ato se torna moralmente desordenado, ainda que “natural”.
A Igreja não julga apenas o corpo, mas a intenção da alma.
b) “É aprovado pela Igreja.”
Nenhum Papa anterior ao Vaticano II jamais aprovou o uso constante do método Billings como “planejamento familiar”.
Pio XII apenas admitiu a tolerância em casos graves e temporários, não sua adoção como prática rotineira.
Portanto, quem o utiliza sem justa causa abusa da aprovação papal e deturpa o ensinamento moral da Igreja.
c) “Mas tenho medo de não sustentar muitos filhos.”
Esse medo é falta de fé na Divina Providência. Deus, que dá a vida, dá também os meios para sustentá-la.
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6, 33)
d) “Estamos sendo responsáveis.”
A responsabilidade cristã não está em evitar filhos, mas em criá-los com fé e virtude.
Planejar contra Deus é rebeldia disfarçada de prudência.
“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim é a morte.” (Provérbios 14, 12)
4. A gravidade espiritual do uso indevido do método Billings:
Quando o casal fecha o matrimônio à vida, ele se fecha também à graça.
Deus, que é o Autor da vida, retira suas bênçãos daqueles que recusam cooperar com Ele.
O matrimônio torna-se, então, um campo de egoísmo, e não um altar de amor fecundo.
São João Crisóstomo advertia:
“Nada é mais criminoso do que o matrimônio estéril por vontade própria; é como apagar a lâmpada que Deus acendeu.”
E Santo Agostinho dizia:
“O matrimônio que recusa os filhos não é matrimônio, mas fornicação disfarçada.”
Esses santos doutores não deixaram dúvida: evitar filhos voluntariamente — ainda que por meios naturais — é pecado grave.
Casar-se é assumir um dever diante de Deus.
É dizer com a própria vida: “Senhor, confio em Ti, e estou disposto a cooperar com a Tua obra criadora.”
Por isso, os esposos católicos devem manter o coração aberto à vida.
Fechar-se deliberadamente à chegada de filhos, ou adotar uma postura contrária à fecundidade, é contradizer o próprio sentido do sacramento.
Refutando as desculpas modernas:
Hoje, infelizmente, muitos casais se deixam influenciar por uma mentalidade mundana que teme os filhos.
Dizem:
“Não temos condições financeiras.”
“Queremos aproveitar a vida primeiro.”
“A casa é pequena.”
“Filho dá trabalho.”
Mas nenhuma dessas desculpas resiste diante da fé e da confiança na providência divina.
Deus não pede perfeição econômica, pede confiança.
Aquele que abençoa o ventre da mãe também providencia o necessário para cada lar que O serve com fidelidade.
A verdade é que muitos, por egoísmo ou comodismo, preferem fechar as portas à vida.
Mas o matrimônio não foi feito para o conforto, e sim para o sacrifício que santifica.
É na doação e na entrega que o amor se torna verdadeiro.
O Catecismo do Concílio de Trento, fiel à doutrina de sempre da Igreja, ensina que o matrimônio foi instituído por Deus “para que, pela legítima e santa união do homem e da mulher, nasçam filhos que sejam educados no temor do Senhor e para o serviço divino”.
Portanto, a finalidade principal do matrimônio não é o simples companheirismo, o conforto material ou o bem-estar humano, mas sim a procriação e a educação cristã dos filhos.
Como recordava o Papa Pio XII, “o matrimônio, por vontade do Criador, não tem como fim primário o aperfeiçoamento pessoal dos esposos, mas a geração e educação de nova vida”.
O Catecismo de São Pio X, expressão clara e segura da doutrina católica, ensina que “o fim primário do matrimônio é a procriação e a educação dos filhos”.
Todo casal que contrai o matrimônio cristão deve ter gravado no coração esse propósito: cooperar com Deus na geração de novas almas destinadas ao Céu.
Rejeitar os filhos é, portanto, rejeitar a própria finalidade do matrimônio. Como ensina São Pio X, “quem usa do matrimônio contra a natureza e o fim para o qual Deus o instituiu, comete pecado mortal”.
Pergunta 418 – Catecismo de São Pio X:
Qual é o fim principal do matrimônio?
Resposta: “O fim principal do matrimônio é a procriação e educação da prole.”
E mais adiante:
Pergunta 421:
Pecam os esposos que impedem a geração da prole?
Resposta: “Sim, pecam gravemente, porque se opõem ao fim principal do matrimônio e cometem ação torpe e contra a natureza.”
Essas palavras são claríssimas e não deixam margem à interpretação moderna, que tenta justificar a esterilidade voluntária sob o pretexto de “condições financeiras”, “situação social” ou “planejamento responsável”.
1. O dever sagrado dos esposos
O matrimônio é uma vocação santa e um dever perante Deus. Ao prometerem fidelidade no altar, os esposos não se entregam apenas mutuamente, mas também ao desígnio divino de transmitir a vida.
Quem recusa esse dever com plena consciência e vontade, peca contra o primeiro mandamento (por recusar o desígnio de Deus) e contra o sexto mandamento, por usar de forma desordenada da união conjugal.
“Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra” (Gênesis 1, 28).
“Os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, sua recompensa.” (Salmo 126, 3)
Recusar a vida é recusar a bênção de Deus.
⚔️ 2. Refutação dos falsos argumentos
a) “Não tenho condições financeiras.”
Esse é o argumento mais usado — e o mais falso. Deus, que é Pai providente, nunca manda uma missão sem dar os meios necessários para cumpri-la. A Sagrada Família viveu na pobreza material, mas foi o lar mais santo da terra.
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6, 33)
A falta de fé na Providência é o verdadeiro problema. O cristão deve confiar que, se for fiel à lei divina, Deus proverá.
b) “Quero aproveitar a vida antes de ter filhos.”
Essa mentalidade é o reflexo do egoísmo moderno. A vida não foi feita para o prazer, mas para a santificação. Quem busca “aproveitar” o matrimônio sem filhos, busca um matrimônio sem cruz — e, portanto, sem Cristo.
c) “Posso escolher quando ter filhos, Deus entenderá.”
O matrimônio não é contrato humano, mas sacramento. Não cabe ao homem “planejar” o plano de Deus. O Papa Pio XII ensinou que o uso de métodos naturais só é lícito em casos graves e temporários — nunca como modo habitual de evitar a vida.
Usar o matrimônio excluindo a procriação é abuso e pecado grave.
d) “Mas e se o mundo está ruim para criar filhos?”
O mundo sempre foi mau, mas Deus continua sendo bom.
As almas das crianças não pertencem ao mundo, mas a Deus. Os pais não devem temer o mal, e sim o pecado. Ter filhos santos é o maior ato de resistência contra a decadência moderna.
️ 3. A bênção e a glória dos filhos
Os filhos são a coroa dos pais. Eles perpetuam a fé, formam famílias cristãs e mantêm viva a chama da Igreja no mundo.
São Pio X dizia: “A família cristã é o primeiro seminário e o primeiro catecismo.”
Quem recusa ter filhos, fecha as portas à graça e à esperança de Deus sobre a terra.
“Como flechas na mão do guerreiro, assim são os filhos da juventude.
Feliz o homem que enche deles a sua aljava.” (Salmo 126, 4-5)
“A mulher será salva pela geração dos filhos, se perseverar na fé, na caridade e na santificação.” (1 Timóteo 2, 15)
⚜️ O Pecado do Adultério
O adultério é uma das ofensas mais graves contra Deus e contra o sacramento do matrimônio. Nosso Senhor foi claríssimo:
“Todo aquele que olhar para uma mulher com mau desejo já cometeu adultério com ela em seu coração.” (Mateus 5, 28)
O adultério destrói a fidelidade conjugal, profana o vínculo sagrado estabelecido por Deus e escandaliza os filhos e a sociedade. É um pecado mortal, que exclui a alma da graça e do Reino dos Céus.
O Catecismo de São Pio X ensina:
“O sexto mandamento proíbe todos os pecados e pensamentos impuros.”
E o Concílio de Trento recorda que o matrimônio é “sinal da união indissolúvel entre Cristo e a Igreja”.
Trair o cônjuge, portanto, é trair também o próprio Cristo.
Por isso, fugi do adultério!
Fugi das ocasiões, dos olhares, das conversas indecentes e das amizades perigosas.
Guardai o coração e o corpo com pureza, lembrando que “Deus julgará os impuros e os adúlteros.” (Hebreus 13, 4)
Que cada esposo e esposa seja fiel como Cristo é fiel à Sua Igreja — até o fim.
Conclusão
Recusar filhos por egoísmo, medo ou comodidade é pecado grave contra o matrimônio e contra a confiança em Deus.
Os esposos católicos são chamados a viver o amor conjugal com fé, sacrifício e generosidade, abertos à vida e à graça.
A alma que confia na Providência não será confundida. O lar que acolhe os filhos é o lar onde Deus habita.
“Eis que os filhos são herança do Senhor.” (Salmo 126, 3)
“Quem receber um destes pequeninos em meu nome, a mim recebe.” (Mateus 18, 5).
Lucas de Oliveira Campos – Rádio Santa Filomena
Defendendo a doutrina eterna da Santa Igreja, contra os erros do mundo moderno.